quinta-feira, 2 de agosto de 2007

LIVROS



Se o livro, como já disseram, é um pássaro com mais de cem asas para voar, a maioria dos brasileiros continua aprisionada ao solo. O prazer da leitura não faz parte do cotidiano da imensa maioria. Não se vê pessoas sistematicamente lendo livros no metrô, ônibus, fila de banco. Raríssimas vezes um personagem de novela é surpreendido com um livro na mão. Não existem dados concretos do Ministério da Educação sobre o hábito de
leitura no país, mas a opinião de especialistas é de que nada avançou muito nas últimas décadas. Aqui, as políticas de incentivo à leitura - como a criação de bibliotecas e campanhas na mídia - podem cair no vazio ou surtir pouco efeito, por falta de uma política de educação abrangente e consistente. Não se sabe se hoje o brasileiro lê mais e melhor do que há 10, 20 anos. Sabe-se, porém, que 45% das vendas de livros no país são de livros didáticos, cuja leitura nas escolas é obrigatória e não voluntária, e que um quarto da produção de livros é comprado pelo governo. Os livros são caros, é verdade. Mas seriam mais baratos se houvesse mais leitores. E mais leitores haveria se o país se empenhasse com seriedade em educar seu povo e em criar uma cultura do livro, tão acalentada em outras sociedades. A criança deve trazer do berço o prazer da leitura, que a escola precisa sedimentar.
Zappa

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